Allan Kardec racista? Grupo espírita lança nova edição das obras

O grupo, autodenominado Espíritas à Esquerda, está relançando os livros em edição antirracista, visando “avançar” sobre pontos da doutrina. Em um de seus textos, Kardec se referiu aos negros como raça inferior.

Allan Kardec racista? Grupo espírita lança nova edição das obras

Allan Kardec racista? Entenda

Um grupo de espíritas, autodenominados à Esquerda, estão em processo de relançamento dos livros espíritas de Allan Kardec em edição antirracista. Dentre os primeiros, está o “Evangelho segundo o Espiritismo” e o “Livro dos Espíritos”.

Essa discussão está em voga há 17 anos, quando o Ministério Público Federal da Bahia (MP-BA) recebeu uma reclamação contra as ideias “racistas” na obra de Allan Kardec. 

Desde então, o MP-BA fechou acordo com a Federação Espírita Brasileira, a Federação Espírita do Estado de São Paulo e seis editoras, para incluir notas explicativas sobre os termos e conceitos preconceituosos.

“Agora as observações estão no meio do texto, em um quadro com proposta de interpretação, não há como não ver”, explica Mariela Bier, graduada em Letras, que participou da edição dos livros. 

Textos polêmicos e o progresso da doutrina espírita

Como exemplo dos termos racistas contidos nas obras de Kardec, tem-se o exemplo do texto “Perfectibilidade da raça negra”. No texto, Kardec escreve que “Os negros (…) serão sempre os mesmos, como espíritos, sem dúvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva”.

Segundo Mariela, “A doutrina espírita é progressista na essência, mas há uma ala que pensa que essas obras são intocáveis. Não vamos adulterar, mas fazer a discussão mostrando que esses textos têm problemas e nós precisamos, sim, avançar sobre eles”.

Algumas pessoas, contudo, reclamam da interferência nos textos de Kardec. “Pretendemos mexer com o conservadorismo”, explica ela. “Não estamos alterando o que ele diz, mas a forma como diz”, argumentou ela.

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